Introdução

Num mundo multicultural, permanentemente conectado e em profunda transformação, faz todo sentido a educação baseada em valores, desenvolvimento de competências e habilidades, principalmente as socioemocionais, competências que envolvem a capacidade de lidar com as próprias emoções e de se relacionar com outras pessoas de forma equilibrada. Tais habilidades se revelam em empatia, responsabilidade, autonomia, respeito, criatividade, autogestão, cooperação, resolução de conflitos etc..

Ações voltadas para a mobilização das diversas competências e habilidades do sujeito dão oportunidades para crianças, adolescentes e jovens formarem-se como futuros líderes, à frente de demandas da sociedade, principalmente nas questões socioambientais.

Assim, investir na formação desse público representa um grande desafio para pais, educadores, bem como para as demais esferas da sociedade.

Nesse sentido, o objetivo da Equipe de Prevenção da FEAE, com a Central de Projetos, é apresentar sugestões de projetos de cunho socioambiental, que podem ser implementados no entorno do PQVAE – Escola e PQVAE – Comunidade (Amor-Exigentinho/Amor-Exigenteen), dentro de contextos específicos de cada público e comunidade, em direção à maior qualidade de vida. 

A seguir, a equipe oferece algumas sugestões de projetos e alguns temas que também podem ser trabalhados, não fechando, no entanto, o rol de tais sugestões. É importante que outros temas sejam compartilhados com a equipe da Prevenção/FEAE, para que ela os socialize a todos que trabalham com PQVAE -Escola e PQVAE – Comunidade (Amor-Exigentinho/Amor-Exigenteen).

SUGESTÕES DE PROJETOS

1. REVITALIZAÇÃO DE ESPAÇOS

             Objetivo:  Levar as crianças, adolescentes e jovens a refletirem sobre a importância de nossos recursos naturais e sobre a necessidade de sua preservação.

        Comentário: A revitalização implica atuar sobre espaços já existentes e que necessitam de cuidados ou melhorias, visando ao bem comum. Por exemplo, praças, jardins, locais públicos, entre outros.

        Esses projetos nascem a partir das reflexões proporcionadas pelos princípios do AE e devem apresentar uma proposição de ação coletiva pelo próprio público infanto juvenil.

        1.1 Projeto Sementeira:

Objetivo geral: Trabalhar com o plantio de sementes e formação de mudas a serem utilizadas na revitalização de espaços ou criação do novas áreas.

Comentário:

Os participantes terão oportunidades de aprendizado solidário, ao cuidarem das mudas para serem plantadas em espaços coletivos, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente da cidade. Após a formação das mudas, as crianças, adolescentes e jovens poderão cuidar e plantar nos espaços escolhidos, tais como: ruas, nascentes, praças, parques, quintais, calçadas etc. Esse processo possibilitará o desenvolvimento de uma consciência de que o homem pode intervir de forma a recuperar espaços que, devido ao mau uso dos recursos, possam estar comprometidos.

Princípios que podem ser trabalhados com esse projeto:

• 3º Princípio Básico: Os recursos são limitados.

Foco:  reflexões sobre a importância da revitalização de espaços, que trarão para a discussão a questão da limitação, cada vez mais crescente, dos recursos ambientais, principalmente os não-renováveis.

• 8º Princípio Básico: Da crise bem administrada surge a possibilidade de mudança positiva.

Foco: levantamento de espaços a serem revitalizados e análise conjunta de ações para a sua consequente resolução.

• 10º Princípio Básico: A essência da família repousa na cooperação, não só na convivência.

Foco: reflexão sobre a importância da ação de cada um no projeto social proposto pelos participantes para revitalizar espaços.

• 11º Princípio Básico: Exigência na disciplina tem o objetivo de ordenar e organizar a nossa vida e a de nossa família.

Foco: reflexão sobre os itens importantes para a execução do projeto: escala de participantes, parcerias, plano, escolha das sementes ou mudas, escolha do local, preparo do solo etc..

        Observação 1: sugere-se que o projeto tenha início, após o mês de março, em que será trabalhado o princípio        “Os recursos são Limitados”.  As reflexões acerca do princípio servirão de base para se detectarem as necessidades e limitações ambientais e para se estabelecer o plano de ação, que se estenderá pelo resto do ano, por meio de ações intencionais e continuadas.

Observação 2: Em se tratando de escolas, que podem trabalhar os princípios de forma alternada, conforme o ano, recomenda-se que as classes que já viram o 3º princípio realizem o projeto.

Parcerias possíveis para a realização deste projeto: Secretarias de Educação, do Planejamento e do Meio Ambiente, bem como empresas parceiras, que, no cenário atual, desenvolvem ações de responsabilidade social.

Nesse sentido, é desejável que os mediadores (professores, voluntários, educadores sociais) organizem as situações de aprendizagem, partindo de questões que sejam desafiadoras e estimulem o interesse e a curiosidade das crianças, adolescentes e jovens, possibilitando reflexões e ações direcionadas à preservação do meio ambiente.

Esse projeto possibilita o exercício de virtudes, tais como doação, solidariedade, responsabilidade, bondade, entre outras.

Como sugestão, seguem alguns passos para a efetivação dessa ação:

• Rodas de conversa com profissionais que trabalham na área;
• Coleta de recipientes que podem ser aproveitados para o plantio das sementes e a produção de mudas;
• Registro das etapas do projeto, por meio de desenhos, fotos e relatos;
• Produção de cartazes e panfletos de divulgação do projeto para a comunidade;
• Doação das mudas. Podem ser feitas para:

1. Secretaria do meio ambiente, em parceria com a do Planejamento;
2. Empresas comprometidas com questões ambientais;
3. ONGs ou Associações de Moradores de Bairros, entre outros;
4. Familiares, amigos, vizinhos, nos locais onde o projeto foi desenvolvido ou nos quintais das casas dos participantes etc..

Observação 3: é interessante que as crianças, adolescentes e jovens tenham retorno da doação, através de fotos e vídeos, para que possam acompanhar o crescimento das mudas doadas. Tal retorno colabora significativamente para o objetivo do projeto, à medida que estimula os participantes a continuarem com ações dessa natureza.

Observação 4: caso o grupo opte por realizar o plantio num local da comunidade, fora do espaço onde o projeto acontece, o voluntário ou professor deverá coletar a autorização junto aos pais ou responsáveis pelas crianças, adolescentes e jovens para a realização de tal ação.

Observação 5: caso a ação aconteça dentro de escola, a equipe gestora e corpo docente farão a relação entre o projeto e a matriz curricular, proporcionando condições para um trabalho interdisciplinar.

2. ALIMENTAÇÃO E SAÚDE

Objetivo: Desenvolver nas crianças, adolescentes e jovens o entendimento da importância de hábitos alimentares saudáveis e a sua escolha.

Comentários: No contexto atual, percebemos que muitas famílias têm uma prática alimentar pobre em valores nutricionais. Isso se deve, em muitos casos, ao avanço crescente do consumismo exacerbado e estimulado pelas mídias, tendo, como resultado, uma alimentação composta, excessivamente, de produtos industrializados e pobres em valores nutricionais, o que prejudica a saúde, como, por exemplo, casos de obesidade infantil, alto colesterol, bem como outros fatores de risco.

ETAPAS DO PROJETO

       É importante haver a conscientização prévia sobre a alimentação saudável para que outras etapas possam ser efetivadas, como por exemplo, a sequência abaixo, 2.1 e 2.2.

• Conscientização sobre a alimentação saudável: Projeto Interdisciplinar

Objetivo: Levar as crianças, adolescentes e jovens a se conscientizarem sobre a importância e o valor dos alimentos para a saúde.

Comentários: Os participantes, no decorrer desse projeto, terão oportunidades para reflexão sobre o cuidado com o físico, essencial para a autoestima e mudança de comportamento alimentar, por meio de ações interdisciplinares, principalmente nas áreas de Linguagens (Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Educação Física e Arte), Ciências Naturais (Biologia e Química) e Ciências Exatas (Matemática e Física).

Princípios que podem ser trabalhados com esse projeto:

• 1º Princípio Básico: Os problemas da família são inerentes ao mundo atual, têm raízes na cultura, sociedade.

Foco: O quadro sociocultural e sua influência nos costumes alimentares.

Esse princípio auxilia na reflexão sobre a mudança desse contexto: de uma alimentação industrializada para uma mais natural.

• 8º Princípio Básico: Da crise bem administrada surge a oportunidade de mudança positiva.

Foco: Crise, aqui, é conceituada na acepção de espaço que pode ser aproveitado (e não o é) para o plantio de alimentos sem agrotóxicos. Levantamento de tais espaços (quintais, áreas ociosas da escola, terrenos baldios etc.) e análise conjunta de ações e atitudes para consequentes ações em direção ao objetivo do referido plantio (frutas, verduras ou leguminosas).

• 10º Princípio Básico: A essência da família repousa na cooperação, não só na convivência.

Foco: A cooperação é fator essencial em qualquer grupo social, o que promove, aqui, a reflexão sobre a importância da ação de cada um no projeto social proposto pelos participantes para a conscientização de mudança de hábitos alimentares;

• 11º Princípio Básico: A exigência na disciplina tem o objetivo de ordenar e organizar a nossa vida e a de nossa família.

Foco: reflexão sobre a importância da organização dos itens necessários para a execução do projeto.

Essa ação possibilita o exercício de virtudes, tais como responsabilidade, cuidado e cooperação.

Como sugestão, seguem alguns passos para a efetivação dessa ação:

        Observação 1: estas ações foram concebidas visando à escola. Os voluntários de Amor-Exigentinho/Amor-Exigenteen poderão descartar algumas ações ou lançar mão de estratégias, tais como obras de literatura infanto-juvenil (por exemplo, Comida de herói, de Maria Belintane e Valéria Cantelli, Ed. Adonis), para atingirem seus objetivos.

• Levantamento do índice de massa corpórea dos alunos, junto à área de educação física, análise estatística e divulgação em todas as salas das escolas, por sala e no cômputo geral;
• Palestras de sensibilização aos alunos e participantes, sobre a importância e valor nutricional dos alimentos e os perigos ocasionados pela má alimentação;
• Detalhamento e especificidades de cada alimento. (ação desenvolvida pela área de ciências naturais);
• Dramatizações, tendo como tema o valor dos alimentos, a serem apresentadas pelos alunos a toda a comunidade escolar (ação desenvolvida pelas disciplinas Língua Portuguesa e Arte);
• Em escolas que não ofereçam a merenda, oficializar a cantina para que também ofereçam frutas ou sucos naturais no seu cardápio. Nas escolas onde não sejam oferecidas frutas junto à merenda, oficializar o Conselho Municipal de Alimentação Escolar, reivindicando o oferecimento. (ação desenvolvida pela disciplina de Língua Portuguesa);
• Produção de cartazes e panfletos de divulgação do projeto para a conscientização da comunidade (ação desenvolvida pelas disciplinas Língua Portuguesa e Arte);
• Realização de eventos, incluindo as reuniões de pais, em que se ofereçam frutas e sucos naturais, apresentando o valor nutricional e propriedades de cada um, por meio de mini cartazes.

2.2 Projeto Horta

Objetivo: Estimular, nas crianças e adolescentes, o consumo de hortaliças, por meio do plantio e cultivo de espécies de fácil manejo, tais como alface, couve, rúcula, espinafre, cenoura, beterraba, rabanete, bem como temperos (salsinha, cebolinha, manjericão, hortelã etc.), na escola, em casa ou em espaços coletivos.

Comentário: Os participantes terão oportunidade de desenvolver atitudes responsáveis, à medida que percebam a importância desses alimentos para a saúde, bem como de atitudes de reconhecimento do trabalho daqueles que realizam o plantio e cultivo nas comunidades.

       Após o cultivo, os participantes poderão utilizar os produtos na alimentação de sua família, na da escola em que estudam ou mesmo realizarem doações.

Princípios que podem ser trabalhados com esse projeto:

• 1º Princípio Básico: Os problemas da família são inerentes ao mundo atual, têm raízes na cultura, sociedade.

Foco: reflexão sobre a mudança dos costumes alimentares: de uma alimentação inadequada ou industrializada para uma mais natural e saudável.

• 3º Princípio Básico: Os recursos são limitados.

Foco: reflexão sobre o plantio de produtos e consequente economia financeira na alimentação;

• 10º Princípio Básico: A essência da família repousa na cooperação, não só na convivência.

Foco: reflexão sobre a importância da ação de cada um, no projeto proposto pelos participantes, para plantar, cuidar e colher.

• 11º Princípio Básico: A exigência na disciplina tem o objetivo de ordenar e organizar a nossa vida e a de nossa família.

Foco: reflexão sobre os itens importantes para a execução do projeto: escala de participantes, plano, escolha das sementes ou mudas, preparo do solo etc..

A seguir, como sugestão, listamos alguns passos para a efetivação dessa ação:

• Rodas de conversa, com profissionais que trabalham na área, para orientação e possível acompanhamento;
• Pesquisas sobre as espécies mais adequadas ao plantio e à época do ano;
• Montagem de uma escala de responsabilidades dos participantes, com relação aos cuidados com a horta;
• Registro das etapas do projeto, por meio de desenhos, fotos e diários;
• Produção de cartazes e panfletos de divulgação do projeto para a comunidade;
• Doação dos produtos excedentes para as famílias, vizinhos e comunidade escolar.

Esse projeto possibilita o exercício de virtudes, tais como responsabilidade, solidariedade, cooperação e cuidado.

Observação 1: Caso o projeto aconteça em salas de Amor-Exigentinho/Amor-Exigenteen, em que não existam espaço e condições para o plantio, os participantes deverão ser incentivados a realizar o plantio de sua pequena horta na própria casa (quintal, varanda, vasos, floreiras).

Observação 2: Caso a ação aconteça dentro de escola, a equipe gestora e corpo docente farão a relação entre o projeto e a matriz curricular, proporcionando condições para um trabalho interdisciplinar, como, por exemplo, Matemática (perímetro e área dos canteiros), Língua Portuguesa (cartazes, panfletos, leituras etc.), Ciências (estudo dos tipos de solo, épocas para o plantio, composição nutricional dos alimentos etc.).

3. ORGANIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE ESPAÇOS

Objetivo:  Levar as crianças, adolescentes e jovens a refletirem sobre a importância de ações familiares que promovam a limpeza de seus espaços, evitando a proliferação de insetos, roedores e animais peçonhentos que possam causar danos à saúde.

Comentário: Atualmente, podemos perceber a falta de cuidados com o descarte de resíduos sólidos, provocando a poluição do ambiente, levando ao surgimento de doenças na população, bem como a poluição de nascentes e mananciais ou mesmo obstrução das galerias fluviais ocasionando diversos transtornos, como enchentes.

• Projeto reciclagem e coleta seletiva

Objetivo: Incentivar as crianças, adolescentes e jovens a realizarem ações de coleta seletiva, por meio de campanhas de arrecadação e venda ou doação dos materiais coletados.

Comentário: Os participantes terão oportunidade de desenvolverem atitudes responsáveis e solidárias, à medida que percebam a importância da coleta seletiva e reciclagem para a limpeza e conservação do meio ambiente, bem como da reutilização de materiais, tais como papel/papelão, vidro, plástico e metais (alumínio, ferro, cobre).

Princípios que podem ser trabalhados com esse projeto:

• 1º Princípio Básico: Os problemas da família são inerentes ao mundo atual, têm raízes na cultura, sociedade.

Foco: reflexão sobre o dano ambiental pelo descarte indevido de produtos, próprio a muitas comunidades de nosso país;

• 3º Princípio Básico: Os recursos são limitados.

Foco: reflexão sobre o dano ambiental que o descarte indevido ocasiona em rios, nascentes, mares e sobre a poluição visual;

• 8º Princípio Básico: Da crise bem administrada surge a oportunidade de mudança positiva.

Foco: análise da situação de descarte inadequado de produtos e levantamento conjunto de hipóteses para a sua consequente resolução;

• 10º Princípio Básico: A essência da família repousa na cooperação, não só na convivência.

Foco: reflexão sobre a importância da ação de cada um no projeto conjunto de orientar a comunidade sobre os benefícios de um descarte adequado;

• 11º Princípio Básico: Exigência na disciplina tem o objetivo de ordenar e organizar a nossa vida e a de nossa família.

Foco: reflexão sobre os itens importantes para a execução do projeto: escala de participantes, plano, ações pontuais e específicas;

A seguir, como sugestão, listamos alguns passos para a efetivação dessa ação:

• Palestras de sensibilização aos alunos, sobre a importância da reciclagem e prevenção de doenças causadas pelo acúmulo de lixo;
• Levantamento de pontos críticos da comunidade para a ação;
• Reivindicação de ação dos órgãos oficiais para parceria com esse projeto (maior número de pontos de coleta de materiais recicláveis, divulgação do projeto, apoio na produção de panfletos informativos, fiscalização dos espaços);
• Rodas de conversa com profissionais que trabalham na área para orientação e possível acompanhamento;
• Pesquisas sobre as indústrias que realizam diversos tipos de reciclagem;
• Proposição de ações contínuas de coletas de materiais como papéis, papelão e plástico em dias específicos, conforme cronograma junto à empresa de coleta;
• Palestras de sensibilização aos alunos, sobre a importância da reciclagem e prevenção de doenças causadas pelo acúmulo de lixo;
• Produção de cartazes e panfletos de divulgação do projeto para a comunidade;
• Aquisição de materiais com os recursos oriundos da venda dos produtos coletados.

Esse projeto possibilita o exercício de virtudes, tais como: responsabilidade, solidariedade, cooperação e cuidado.

Observação 1: antes de iniciar o processo de coleta dos materiais, os participantes devem ser orientados quanto aos cuidados necessários para o manuseio deles, evitando possíveis acidentes.

Observação 2: os valores arrecadados com a venda poderão ser revertidos na compra de materiais para a escola ou sala de Amor-Exigentinho/Exigenteen. Poderão também utilizá-los como doação, em alguma ação solidária.

4. PROJETO INTERGERACIONAL

Objetivo:  Levar as crianças e jovens a refletirem sobre a importância da interação entre gerações, construindo o respeito e consideração pelos saberes mútuos.

Comentário: Atualmente, há um grande distanciamento dos jovens com as gerações anteriores. Acresce-se o fato de que a rapidez com que as mudanças e o desenvolvimento tecnológico estão sendo propostos para a sociedade acentuam esse distanciamento, gerando, muitas vezes, conflitos entre as gerações: tanto os mais velhos apresentam críticas relativas aos jovens, como o inverso é também verdadeiro. Como consequência, há um descarte do saber construído de ambos os lados. Frente a esse quadro, é importante aproveitar os conhecimentos compartilhados, em ações que gerem interesse e respeito, o que pode acontecer em encontros específicos e programados para tal fim.

Princípios que podem ser trabalhados com esse projeto:

• 1º Princípio Básico: Os problemas da família são inerentes ao mundo atual, têm raízes na cultura, sociedade.

Foco: O trabalho com a ancestralidade é importante para a conscientização dos jovens sobre os caminhos históricos percorridos pelas famílias e comunidade. Essa questão amplia o panorama de reflexão dos mais novos a respeito de quem são no mundo em que vivem. As questões básicas giram em torno das seguintes perguntas: “Quem eu sou?”, “De onde eu vim?”, “Onde estou?” e “Para onde vou?”. Enfim, nesse projeto, o conhecimento não é estanque; é trabalhado no seu aspecto continuativo de construção constante.

• 2º Princípio Básico: Os pais também são gente. Foco: Todos somos humanos, convivendo numa mesma época e espaço comunitários. Assim, a convivência deve ser exercitada de uma forma com que os dois lados compartilhem o melhor de si para o enriquecimento de todos no presente.
• 4º Princípio Básico: Pais e filhos não são iguais. Foco: As gerações anteriores, em seus papéis de pais, avós, tios, professores etc., possuem experiências e conhecimentos que não podem ser relegados. Os jovens, em seus papéis de filhos, netos, sobrinhos, alunos etc., embora tenham também suas experiências e saberes, devem se comportar de maneira respeitosa frente ao conhecimento dos mais velhos.
• 10º Princípio Básico: A essência da família repousa na cooperação, não só na convivência. Foco: Na família, a cooperação entre as gerações possibilita convivência harmoniosa e enriquecedora.

A seguir, como sugestão, listamos alguns passos para a efetivação das ações desse projeto:

• Organização de encontros intergeracionais com apresentação programada de atividades variadas, próprias a cada segmento;
• Visitas programadas de avós ou parentes mais velhos na escola ou grupo de Amor-Exigentinho/Amor-Exigenteen, para contarem casos do passado, relatando memórias, ensinando a fazer brinquedos de sua época etc.;
• Envio de cartões aos idosos acolhidos em asilos, com posterior visita dos participantes, com programação prévia de atividades de interação;

Esse projeto possibilita o exercício de virtudes, tais como: empatia, respeito, responsabilidade, solidariedade e cooperação.

Observação 1: Quando a atividade envolver deslocamento fora do grupo de Amor-Exigentinho/Amor-Exigenteen ou escola, o voluntário ou professor deverá coletar a autorização junto aos pais ou responsáveis pelas crianças e adolescentes para realização de tal atividade.

5. PROJETO UNIDADE NA DIVERSIDADE: EMPATIA EM AÇÃO

        Objetivo:  Levar as crianças e jovens a refletirem sobre a importância de reconhecer, entre todos os seus semelhantes, sentimentos e ações, apesar de existirem singularidades de pessoa, raça, cultura, religião, gênero, entre outros.

        Comentário: Nos dias atuais, frente à grande valorização do conhecimento, de altas tecnologias e competições exacerbadas, o individualismo, o imediatismo e a globalização tornam-se impeditivos para a construção de atitudes empáticas e colaborativas entre as pessoas. Nesse cenário, torna-se, cada vez mais frequente, a violência, refletida em situações de Bullying, agressões verbais e físicas nas famílias e comunidades, no desrespeito à dignidade da pessoa humana e na falta de diálogo, entre outras.

        Princípios que podem ser trabalhados com esse projeto:

• 1º Princípio Ético. Respeitar a dignidade da pessoa humana.

Foco: O respeito à dignidade humana é a essência da boa convivência social.

“A dignidade é, essencialmente, um atributo da pessoa humana. Pelo simples fato de ser humana, a pessoa merece todo o respeito, independentemente de sua origem, raça, sexo, idade, estado civil ou condição social e econômica”. (Ives Gandra Martins Filho – professor de Filosofia do Direito).

O respeito não significa concordância em todas as áreas com outras pessoas. Significa, sim, não discriminar ou ofender por causa da sua forma de viver ou de suas escolhas e orientações.

• 1º Princípio Básico. Os problemas da família são inerentes ao mundo atual, têm raízes na cultura, sociedade.

Foco: Construímos a nossa identidade a partir dos exemplos, valores e das visões-de-mundo que fazem parte da comunidade em que nascemos e vivemos. Conhecer a diversidade sociocultural mundial é fator importante para valorizar não só a nossa cultura, como a do outro.

• 10º Princípio Básico. A essência da família repousa na cooperação, não só na convivência.

Foco: Este princípio colabora com o nosso aprendizado de solidariedade, de abrirmo-nos para o outro, no meio em vivemos. Colabora no impedimento de individualismos, egoísmos, tornando-nos seres que se amparam e se unem, na certeza de que sempre podem contar uns com os outros.

A seguir, listamos algumas sugestões de atividades para a efetivação dessa ação:

• Organização de uma “Mostra Cultural”, com apresentação de culturas diversas (vestimentas, culinária típica, religiões, hábitos, crenças etc.), a partir de pesquisas prévias;
• Realização de rodas de conversa, a partir da apresentação de imagens alusivas a diferentes culturas;
• Simulação de deficiência motora e visual (muletas, bengala, cadeira de rodas e venda nos olhos) com participantes, durante um período, com depoimento posterior sobre o que sentiram ao longo da vivência, numa roda de conversa;
• Organização de “Semana de Conscientização Socioambiental”, na qual os participantes poderão estabelecer parcerias com entidades ou pessoas da comunidade para:

– Palestras à família e comunidade, com profissionais, sobre temas, como solidariedade, empatia, amizade, cuidado, cooperação, preservação da natureza, entre outros;

– Concursos de cartazes sobre os temas apresentados nas palestras acima;

– Envio de ofícios às autoridades, solicitando a preservação de espaços coletivos;

Esse projeto possibilita o exercício de virtudes, tais como: empatia, respeito, responsabilidade, solidariedade, bondade e cooperação.

6. Outros títulos que podem ser explorados na elaboração de projetos

1. a) Uso consciente das tecnologias da informação e comunicação;
2. b) Construção de projetos colaborativos com profissionais de diferentes áreas para abordagem de problemas específicos e possíveis propostas conjuntas de intervenção;
3. c) O consumo consciente e o uso responsável dos recursos financeiros;
4. d) Exposição de charges e paródias elaboradas pelos alunos ou participantes em locais coletivos, sobre drogas e gravidez precoce;
5. e) Projeto “Ser Livro”, no qual, num primeiro momento, os participantes serão incentivados à leitura de um título, escolhido a partir de cinco opções. Posteriormente, esse livro será “esquecido”, em lugares públicos, tais como bancos de praças, postos de saúde, clínicas, consultórios, lanchonetes etc., com um recado para o próximo leitor que, após a sua leitura, também o deixe em um lugar público.
6. f) Pode ser realizado, também, um concurso de slogans, sobre a importância da leitura, com três classificados e premiação a ser realizada em cada grupo/escola.
7. g) Concurso de frases e quadras sobre dizer “não” aos vícios e comportamentos que afetam o bom convívio social, com exposição de todas, no pátio da escola, no espaço onde a sala de Amor-Exigentinho/Amor-Exigenteen funciona ou em lugar público.