‘Foi a primeira vez que ele pediu para receber tratamento’, afirma a mãe, ao levá-lo ao Cratod
Sete meses passados do último contato com a família, Marcos Bezerra, de 46 anos, apareceu sujo, com a barba longa, a roupa rasgada e pesando 45 quilos de pele e osso. Com ele, carregava uma fome de três dias, marcas de feridas no corpo e um pedido: “Eu quero ser o homem que eu era”.
O homem que Bezerra era tem quatro filhos e trabalha como comerciante. É dono de cinco barracas de feira e também tem casa e apartamento próprios. Já o homem que Bezerra se tornou mora na Cracolândia e cata latinha para comer e comprar droga. “Ele não tem mais nada: nem documento”, diz a mãe, Hilda Bezerra, de 74 anos.
Hilda não esconde a tristeza ao relatar a história do filho, mas agora também vê motivos para sentir esperança. “Foi a primeira vez que ele pediu para receber tratamento”, diz a mãe, que o acompanhou nesta quarta-feira, 24, ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), no centro de São Paulo.
As internações voluntárias após a megaoperação policial realizada na Cracolândia, no domingo, somam 40 casos, segundo dados divulgados pela Prefeitura na manhã desta quarta-feira. “Eu acredito que ele pode mudar, porque não foi forçado a nada. Se ele não quisesse, não teria resultado”, afirma Hilda.
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