O uso da cannabis para fins medicinais tem sido cada vez mais comentado no cotidiano, especialmente nas redes sociais e na mídia. Muitos acreditam que ela pode ser uma solução natural, segura e eficaz para diversas condições de saúde. No entanto, um levantamento científico publicado na semana passada pelo JAMA (Journal of the American Medical Association), um dos periódicos médicos mais respeitados do mundo, apresenta um cenário que exige cautela.
De acordo com essa análise, a maior parte das indicações populares atribuídas à cannabis não possui comprovação científica consistente. Além disso, o estudo identifica riscos importantes associados ao uso, especialmente em produtos de alta potência e em consumo frequente.
Este artigo apresenta os principais resultados dessa revisão em linguagem acessível, com o objetivo de orientar famílias e comunidades apoiadas pelo Amor-Exigente.
1. Situações em que a cannabis pode ajudar
A revisão mostrou benefícios comprovados somente em alguns casos específicos. São eles:
Náuseas e vômitos provocados pela quimioterapia
Determinados canabinoides podem reduzir de forma discreta esses sintomas em pacientes em tratamento contra o câncer.
Perda de apetite e emagrecimento em pessoas com HIV/AIDS
Algumas formulações podem auxiliar na recuperação de peso.
Formas raras de epilepsia
Alguns canabinoides apresentam eficácia comprovada e aprovação médica para situações específicas, principalmente em tratamentos pediátricos.
Fora esses cenários, o estudo não identificou evidências consistentes que sustentem outros usos terapêuticos.
2. Indicações populares que não possuem comprovação científica
O levantamento avaliou diversas condições frequentemente citadas como possíveis indicações para cannabis e concluiu que não há demonstração adequada de eficácia para:
• Dor aguda
• Insônia
• Ansiedade, estresse e tensão emocional
• Melhora do bem-estar ou da qualidade de vida
Esses resultados contrastam com a percepção comum de que a cannabis teria utilidade ampla. A ciência atual mostra que essa visão não se sustenta.
3. Principais riscos identificados pelo estudo
A revisão destacou efeitos adversos relevantes, especialmente no uso contínuo, diário ou em produtos com alto teor de THC. Entre os riscos estão:
Problemas mentais
Foram observados aumentos nos quadros de ansiedade e possibilidade de desencadeamento de sintomas psicóticos. Esses efeitos são mais frequentes em produtos mais potentes.
Uso problemático ou dependência
Cerca de 29 por cento dos participantes avaliados apresentaram sinais compatíveis com uso desordenado ou dependência da substância.
Riscos cardiovasculares
O estudo identificou associação entre uso diário, principalmente inalado, e maior risco de infarto, acidente vascular cerebral e doenças do coração.
Efeitos adicionais
Foram relatados sonolência, tontura, diminuição da atenção e interações com outros medicamentos.
Esses achados reforçam que o uso de cannabis não é isento de riscos, e que sua adoção sem orientação pode trazer prejuízos importantes.
4. O que esses resultados significam para famílias e comunidades
A conclusão central do estudo é clara: a cannabis não é um tratamento universal e a maior parte das indicações divulgadas ao público não tem respaldo científico.
Para as famílias, isso significa a importância de:
• Evitar decisões baseadas em modismos ou recomendações informais.
• Não iniciar o uso sem avaliação médica adequada.
• Redobrar o cuidado em casos de histórico familiar de transtornos mentais ou problemas cardíacos.
• Entender que o consumo inalado é o mais arriscado entre as formas de uso.
A desinformação pode criar expectativas equivocadas e abrir caminho para situações de risco. O compromisso do Amor-Exigente é sempre com a orientação responsável e a prevenção.
5. Quando procurar orientação profissional
A consulta a um médico é fundamental em situações que envolvem:
• Avaliação de alternativas terapêuticas para sintomas persistentes
• Presença de ansiedade, insônia ou dor que ainda não estão controladas
• Histórico familiar de dependência química ou transtornos mentais
• Uso simultâneo de outros medicamentos, que podem interagir com canabinoides
Somente um profissional habilitado é capaz de avaliar necessidades, riscos e possibilidades de forma individualizada.
6. O compromisso do Amor-Exigente
Há mais de quatro décadas, o Amor-Exigente atua na prevenção, na educação e no fortalecimento das famílias. Informações confiáveis são parte essencial desse trabalho. Os resultados desse estudo reforçam a importância de uma abordagem cuidadosa e bem orientada.
O Amor-Exigente reafirma que informação protege, que prevenção salva vidas e que decisões sobre saúde devem ser feitas com orientação profissional.
Fonte: JAMA
