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Post: Beber compulsivamente pode mudar genes e fazer beber ainda mais

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Cientistas acreditam que resultado de estudo ajudará a entender por que alcoolismo é um vício tão poderoso, evitando que as pessoas se tornem dependentes

Nova pesquisa mostra que abusar de bebidas alcoólicas pode realmente mudar a função dos genes ligados ao comportamento de beber, potencialmente alimentando o futuro do vício. Realizado por pesquisadores da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, o estudo associou mudanças químicas em dois genes significativos com consumo excessivo de álcool em adultos.

“Descobrimos que as pessoas que bebem muito podem estar mudando seu DNA de uma forma que as faz desejar ainda mais álcool”, diz o endocrinologista da Universidade Rutgers, Dipak K. Sarkar. “Isso pode ajudar a explicar por que o alcoolismo é um vício tão poderoso e pode um dia contribuir para novas formas de tratar o alcoolismo ou ajudar a evitar que pessoas em risco se tornem dependentes.”

O estudo analisou dois genes: o Per2, envolvido na regulação biológica do corpo e de certas funções cerebrais, e o POMC, que regula o sistema de resposta ao estresse. Para isso, eles contaram com amostras de sangue coletadas de 47 voluntários que participavam de um experimento sobre o comportamento de beber.

O grupo era formado por bebedores de cerveja não fumantes que se identificaram como bebedores moderados ou compulsivos. Os participantes foram internados por três dias em um hospital, onde passaram períodos curtos assistindo imagens projetadas para elevar seu estresse, imagens neutras ou cenas relacionadas ao álcool. Em seguida, eles eram encaminhados para uma degustação de cervejas.

Os voluntários foram informados de que estavam provando bebidas para ver se eles conseguiam descobrir em um teste cego qual era a marca de cada cerveja. Mas, na verdade, eles estavam sendo medidos pelo seu apetite ao beber.

Comparado com os moderados, os bebedores compulsivos pediam mais amostras para conseguir descobrir qual era a cerveja. As imagens não causaram impacto real em sua sede — os bebedores pesados estavam inclinados a beber mais algumas cervejas, independentemente do que tinham visto.

Mas os cientistas verificaram que os dois genes tinham mudado naqueles que bebiam mais por meio de um processo de modificação de gene influenciado pelo álcool chamado de metilação. Com isso, era mais difícil para as células produzirem as proteínas que elas codificam. Essas mudanças aumentaram com a maior ingestão de álcool, o que fazia os participantes ficarem com vontade de beber cada vez mais.

Fonte: Revista Galileu

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