Segundo o dicionário informal, reinserção é o ato de recolocar,reinserir, devolver ao mesmo local. O local pretenso a receber o indivíduo que está saindo de um tratamento já foi adequado para situação? Esta deverá ser a primeira providência.
A reinserção social do indivíduo após sair de um tratamento de dependência química é um processo extremamente difícil, independente se foi um tratamento voluntário ou involuntário.
Quando em tratamento, o indivíduo além da desintoxicação, aprende novos hábitos de gratidão para consigo mesmo e com outros, passa a gostar de si próprio; se realmente focar-se em sua recuperação como é a proposta de tratamento para qualquer doença.
Mais importante que a mudança interna, é a mudança externa. Onde quero ou preciso ser reinserido ou me inserir caso seja um novo cenário? Primeiro defino por onde começar a minha reinserção, que na maioria das vezes é definida pela família.
Como um doente em recuperação, devo conhecer as regras do ambiente familiar onde estou me reinserindo; em contra partida a família que se dispõe a receber o doente, devera respeitar as limitações do doente, sem acomodação mas com estímulos para uma adaptação mais breve.
Após reinserido em minha família, defino o próximo passo que é qualificar-me para o meio onde pretendo me inserir ou reinserir-me.
Nessa fase é que a mudança externa fala mais alto, é onde as aparências faz a maior diferença. Se quero trabalhar num escritório de advocacia não vou me apresentar para uma entrega de currículo trajando vestes esportivas, imagine se você é convidado naquele momento para uma entrevista, tenho que estar sempre pronto para aquilo que almejo.
Uma outra situação não muito diferente, você vai a uma indústria alimentícia com barba por fazer ou adornos pleiteando uma colocação, suas chances serão remotas; é necessário conhecer as regras de onde pretendemos ser inseridos, além de nos qualificarmos.
Para quem viveu um bom tempo sem regras até mesmo com seus limites físicos, a adaptação com as regras familiares não será tão fácil, ai entra a sabedoria do grupo familiar com um pouco mais de tolerância e respeito ao tempo do doente em recuperação e ao mesmo tempo um esforço daquele que esta em processo de reinserção. A reinserção será bem sucedida sempre que houver comprometimento de ambos os lados.
O empenho de quem esta sendo reinserido tem que ser em conjunto com aqueles que almejam a reinserção de seu ente querido, deve ser formada uma parceria em busca de um mesmo objetivo e não um pacote de cobranças; as cobranças devem ser gradativas e não metralhadas de uma só vez.
Geraldo Elias do Carmo (voluntário do grupo de Sobriedade com AE Goiânia-GO)