Uma nova onda de consumo de drogas com ação no sistema nervoso central e que afetam o comportamento está invadindo o mercado. Estou falando das drogas sintéticas que são substâncias que geram dependência química.
São substâncias utilizadas no lugar das drogas ilícitas e que tem levado a um aumento de casos de atendimento nas emergências dos hospitais com overdose e morte. Estas substâncias nem sempre se enquadram como ilícitas, pois pela sua rápida emergência nos mercados os governos não conseguem enquadra-las em drogas ilícitas. Mas do ponto de vista médico são tão ou mais prejudiciais que as drogas ilícitas conhecidas.
São drogas que causam sensações anestésicas, alucinações, quadros dissociativos e depressão e que nem sempre possuem testes clínicos para detecção fazendo com que o diagnóstico e o tratamento se tornem desafiadores.
O Relatório Europeu de drogas relata que nos últimos 10 anos duplicou o atendimento em pessoas com uso de destas substâncias nos atendimentos nas emergências médicas e aumento de mortalidade.
São estruturas químicas que simulam ações farmacológicas de substâncias conhecidas pertencentes a drogas lícitas e ilícitas. Como exemplo podemos citar anfetaminas sintéticas (MDMA) e canabinóides sintéticos com nomes populares como spice, MDMA(ecstasy) e sais de banho.
No Brasil já se começam a detectar seu uso através de pessoas que utilizam-na em pancadões, festas raves e eletrônicas. São adquiridas , na maioria das vezes, num mercado paralelo sustentado pela internet e lojas inteligentes.Seja qual for a sua origem,aqueles que consomem uma crescente variedade de pós,comprimidos e misturas,sem terem um conhecimento preciso sobre a composição dessas substâncias e sobre o potencial de risco que estas podem causar à saúde,estão a jogar um perigoso jogo com a própria vida.
Hoje, estamos diante de novo desafio: saber se nossa população está consumindo além da drogas ilícitas conhecidas (maconha, cocaína , LSD, crack etc) drogas sintéticas que pelo atual conhecimento cientifico tem se mostrado mais nefastas quanto a gravidade sobre seus usuários comparadas as drogas conhecidas.
Fonte: Matéria do Dr. Antonio Carlos Cabral
Psiquiatra, formado pela USP e Mestrando
Diretor do Hospital Bezerra de Menezes