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Post: Princípio do Mês de Setembro – O Grupo de Apoio

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Sérgio Carlos de Oliveira Coordenador Regional do AE em SC

O mês de setembro é um momento especial para aqueles que frequentam os grupos de Amor-Exigente.
Digo isto, pois é quando temos a oportunidade concreta de ouvirmos das pessoas o quanto o grupo de apoio está sendo importante em suas vidas.
Por isso é muito importante que possamos ouvir na abertura das reuniões testemunhos das pessoas que, de livre e espontânea vontade, desejem expressar a importância que o grupo tem representando em suas vidas.
E por que o grupo possui esta importância na vida das pessoas?
Se prestarmos atenção ao nosso modo de vida, notaremos que estamos passando por um processo onde as pessoas estão se isolando em virtude dos mais variados motivos que provocam este afastar-se do inter-relacionamento.
E este afastamento vai dificultando a troca de experiências e provocando o “cada um por si”. É a lei do egoísmo que volta-se contra nós mesmos, uma vez que não encontramos mais pessoas dispostas ao simples ato de ouvir. Vamos escondendo as nossas dificuldades, os nossos problemas e os nossos medos, pois as pessoas julgam muita facilidade, perdoam com grande dificuldade e raramente doam o seu tempo para ouvir.

E quanto mais a família vai tentando sozinha solucionar problemas de comportamento com os seus filhos e trabalhar com os recursos disponíveis, ela vai percebendo que estes recursos são limitados. Que o passado nem sempre nos supre com experiências que possam servir de base para o enfrentamento das dificuldades de relacionamento familiar.

Aí, vai começando um desgaste no relacionamento familiar em virtude da culpa que os pais vão sentindo por considerar que falharam na educação dos filhos. E para compensar este sentimento de culpa, muitos pais recorrem as coisas materiais como forma de tentar suprir o que acreditam não terem dado aos filhos.
E o nosso azar de pais é que não existe escola para formar pais. Praticamos com os nossos filhos o que aprendemos com os nossos pais. E quando notamos que estamos perdendo as rédeas da situação, ficamos desesperados por tudo que os nossos filhos fazem. Principalmente pelo o que eles não fazem dentro de casa.
Quando os pais encontram um grupo de Amor-Exigente e começam a frequentar as reuniões regularmente, vão percebendo na partilha de experiências no grupo que existe uma saída e que não estão mais sozinhos. Começam a perceber a realidade de uma forma diferente e notar que não foram os fatos que mudaram, foram eles que se colocaram em relação aos fatos sob outra perspectiva.
E conforme estes pais mantêm a regularidade nas reuniões, os laços vão lentamente sendo criados e eles percebem as atitudes de respeito, de interesse e de entusiasmo que as pessoas nutrem entre elas. Que é um grupo onde as pessoas se importam com os outros de uma forma diferente. Que as pessoas refletem e discutem sobre o modo de agir de cada um, entendem as dificuldades e buscam encontrar dentro de cada um alguma luz que ainda brilhe e que possa ficar mais forte para iluminar o caminho.
E outro ponto que não podemos esquecer e que tem sido de grande valia para as pessoas no grupo é sem dúvida alguma a pratica da espiritualidade, que deverá ser praticada em todas as reuniões. E como eu sempre digo em todas as palestras que profiro que somente as pessoas espiritualizadas conseguem ter serenidade.
O grupo vai se tornando um grande alicerce para que possamos encontrar nas dificuldades do dia-a-dia, que são imensas, prazer e alegria de poder viver. Aprendemos a não julgar, a ter tolerância e compaixão comigo mesmo e com os outros; a ter humildade para reconhecer que precisamos de ajuda sim; aprendemos também que não devemos querer que os outros pensem e ajam como nós, mas sim que encontrem a própria maneira de superar as dificuldades, pois assim é que cresceremos juntos.
Também é importante salientar que aquilo que as pessoas encontram nos grupos do Amor-Exigente, também deveria levar para as suas famílias.
O primeiro grupo de autoajuda deveria ser a família. Quando não encontramos na nossa família o espaço para o dialogo das nossas dificuldades, vamos procurar outro espaço para que alguém possa oferecer um tempo para que possamos desabafar.
Sempre é bom lembrar que somos um grupo de autoajuda e mutua-ajuda. Eu preciso me ajudar tomando atitudes e colocando-me limites e isto, inevitavelmente, também proporciona no outro o sentimento de que é possível viver em função de alguém ou ficar doente em virtude da doença do outro. E isto é proporcionar mutua-ajuda. A minha força de vontade vai encorajar o outro a tomar atitudes também. E assim vamos nos ajudando.
Eu diria que o mês de setembro é o momento das pessoas avaliarem o quanto estamos sendo eficientes nas nossas reuniões. O quanto estamos proporcionando de afeto, carinho e atenção nas reuniões.
Afinal, o que eu não encontrei na minha casa fui procurar em outra casa. Aí, eu encontrei um espaço onde as pessoas não julgam, não me perguntam de que religião eu sou, não querem saber de que partido eu sou. Apenas querem saber da minha dor e de que forma através do Amor-Exigente podem contribuir para que eu encontre um caminho alternativo, onde o sofrimento e a dor possa ser melhor trabalhado.
Então, o grupo é onde finalmente as pessoas podem dizer: “aqui todos me entendem e sabem o tamanho da minha dor”.
No grupo de amor-exigente vamos percebendo aos poucos que não tínhamos perdido de vez a nossa capacidade de amar e, muito menos, a nossa personalidade. O que aconteceu é que a dor era tão grande que conseguia esconder o melhor de cada um de nós.
Viva com intensidade o grupo de apoio.

Sérgio Carlos de Oliveira
Coordenador Regional do AE em SC

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